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A Graça do Discipulado

Atualizado: 21 de abr. de 2023




 

Eu gostaria de começar esse texto recordando a Trindade: harmônica, bela, deleitosa. Um perfeito relacionamento que transbordou para o homem — que também foi criado para essa comunhão. Entretanto, houve a Queda, a desobediência, a falsa autonomia do homem e da mulher. E em meio a isso Jesus veio como o caminho e como a própria salvação dos homens. O Deus pessoal veio até ao mundo em carne e osso nos mostrar que, sozinhos, não nos bastamos. Não somos autônomos. Não nos salvamos.


Mas por que lembrar de tudo isso? O que a Trindade tem a ver com o discipulado? Devemos partir do princípio. Deus é o princípio. Estamos falando de um Deus pessoal, que está perto, que se envolve com seu povo, que ama e cuida. Sendo Deus assim, não podemos nos esquecer de que Ele também nos criou dessa forma: seres relacionais, que necessitam da comunhão com Ele e com o outro. A comunhão da Trindade nos impulsiona a vivenciar a comunhão como um todo. No livro Relacionamentos - Uma confusão que vale a pena, os autores comentam que


“Deus nos criou como seres relacionais porque Ele é um Deus social. Dentro da Trindade, Deus vive em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e Ele criou a humanidade à sua imagem.”


Não há como fugir disso. Somos assim, precisamos de relacionamentos. Não podemos viver sozinhos. Não há liberdade na solidão! Precisamos uns dos outros neste mundo agridoce.


Quando entrei na universidade fui inundada por essa verdade. Depois de um tempo participando das reuniões da Cru Campus, através de um convite, permiti que uma pessoa querida — e que se tornou uma amiga — entrasse em minha vida e consequentemente cooperasse para o meu crescimento na fé. Fui acompanhada em um discipulado com muito ensino, Bíblia, estudos e conversas. Abri as portas do meu coração, dando espaço para ser amada, ensinada e cuidada. Desse modo, logo percebi que o discipulado era muito mais do que eu imaginava. Não era apenas aquelas reuniões da igreja onde o novo convertido deveria participar para se batizar. Entendi que era algo mais profundo, um verdadeiro acompanhamento, se tratava de amizade e crescimento. Hoje vejo o discipulado como um investimento eterno. Uma colaboração para o Reino vindouro. Alguém ajudando outro alguém a se tornar mais parecido com Cristo. Você consegue perceber a grandeza disso?


No discipulado, experimentamos dois atos: o de uma pessoa se doar para outra, seu tempo, disposição, ensino e seus ouvidos; e o de outra pessoa, abrindo o seu coração e compartilhando vulnerabilidades, cultivando um coração ensinável e sincero. Esses papéis também podem se inverter, pois aquele que acompanha não deve ter medo de ser vulnerável e aquele que é acompanhado também o auxiliará em vários momentos. Em Mateus 28: 18-20 há o famoso texto da grande comissão:


“Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: — Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.”


É importante ressaltar que não é somente o evangelismo e o batismo que estão sendo ordenados nos versos acima. O ensinar também é evidenciado “[...] ensinando-os a guardar [...]”. O que é o discipulado senão um ensino direcionado? Auxiliando o outro a guardar a Verdade. Seja novo convertido ou não, precisamos uns dos outros.


O discipulado deve ser pessoal, não uma reunião mecânica onde o encontro termina, dizemos “até logo” e só nos falamos no próximo encontro. Deve haver envolvimento, intencionalidade, disposição e oração. Deve haver amizade e a leveza da vida comum. O discipulado é um exercício de desprendimento de si mesmo, olhamos para a vida do outro e regamos seu coração com a Palavra de Deus.


Você tem feito investimentos eternos e deixado investirem em seu crescimento?


Por: Giulia Frota.




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