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A Produção Cultural Revela o Criador: “O Gambito da Rainha” - Queda e Redenção

Atualizado: 22 de nov. de 2021



Vivemos em uma cultura na qual o hedonismo é tido como virtude. Somos levados dia após dia a acreditar que seremos plenamente felizes ao termos sucesso, poder, dinheiro, influência e status. Vivemos nossas vidas numa busca freneticamente narcisista e acreditamos estar tudo bem. Por vezes nos enganamos ao afirmar que, se Deus deseja, de forma última e primordial, a nossa felicidade, não faz mal vivermos uma vida buscando sermos melhores que os outros, se isso nos fizer bem e se estivermos seguindo os sonhos do nosso coração.


Na trama, acompanhamos a vida e a evolução de Elizabeth Harmon, uma jovem órfã que, ainda criança, se torna um prodígio do xadrez. Tudo isso na década de 1950.


Beth, a personagem principal da série, claramente acreditava em todas essas coisas. Ela é uma típica mulher ocidental que teve sua narrativa construída sob a base de alguns desses pressupostos trazidos acima.


Logo na infância, Beth é abandonada por seu pai e presencia sua mãe cometendo um suicídio por meio de uma batida de carro intencional. Esses eventos a levam a um orfanato, lugar onde ela conhecerá o meio de obter tudo aquilo que, acredita ela, será o que trará propósito e significado para a sua vida: o xadrez.


Ao longo dos anos, a jornada da jogadora é marcada por uma rápida e impressionante ascensão. O que mais uma pessoa poderia almejar? Afinal, quem não gostaria de uma sequência de xeques-mates assertivos na vida, não é? Será mesmo? Ao mesmo tempo, porém, ela enfrenta traumas antigos e vícios autodestrutivos.


A Queda do homem


“E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gênesis 2.16-17


“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração;” Gênesis 6.5


A queda afetou nossas motivações, ações, intelecto, coração e relacionamentos. Depois dela passamos a desconsiderar Deus em nossa existência. David Murray pontua, em seu livro "Reset":


"Se a pergunta mais importante do mundo é "quem é Deus?" A segunda mais importante é "quem sou eu?". Nossa resposta a essa questão de identidade básica, o jeito como pensamos a nosso respeito, impacta tudo em nossa vida: nossa autoimagem, nossa saúde, nossa espiritualidade, nossa ética, nossos papéis e relacionamentos, nossa carreira e nossa visão de passado, presente e futuro."


Através de seus estudos e uso de remédios, Beth começa a crescer no entendimento do jogo ao ponto dele se tornar o centro de sua vida e o seu trabalho. Assim, ela passa a viajar o mundo para participar de competições que a fariam ganhar dinheiro.


Se assistirmos à série considerando a cosmovisão cristã, vamos notando que a raiz de todos os problemas que irão surgir durante a trajetória da protagonista se fundamentam em 3 pilares principais:


1. Egolatria:


Beth passa a se colocar no centro de sua vida a ponto de subestimar o valor de alguns aspectos, como sua saúde, seus relacionamentos interpessoais e familiares. Ela mergulha em diversos vícios e passa a consumir bebidas alcoólicas de forma desordenada para tentar suprimir o vazio existencial em que vive. Vazio esse que, por mais que ela fosse "inerrante", não era suprido pelo xadrez.


2. Crise de identidade:


Beth passa a fundamentar seu senso de valor e propósito naquilo que faz. Além de se inserir em um ambiente constante e extremamente competitivo, Beth nunca está satisfeita com suas vitórias. Por mais que ela seja excelente no que faz, nunca é o bastante. Por fundamentar sua vida na visão do outro sobre ela mesma, acaba se tornando refém dos troféus, aparições em jornais e revistas e comentários populares a seu respeito.


3. Visão distorcida sobre Deus:


Toda visão distorcida de nós mesmos surge a partir de uma visão errada sobre o próprio Deus Criador. Por não o conhecê-lo, não sabemos que nossa vida foi criada a fim de render-lhe glória, além de gerar conhecimento e um relacionamento genuíno com ele. Como consequência disso, colocamos outros deuses falsos no trono do nosso coração.


Alguns autores que estudaram sobre a gênese dos processos psíquicos em crianças nos apontaram que desde recém-nascidos somos autocentrados. A Bíblia nos aponta que nascemos com uma natureza má e que por isso somos naturalmente inclinados ao pecado. Não podemos cair na armadilha de sermos definidos por status, popularidade, títulos, troféus, lattes etc. Assim, meu conselho é que você assista a série, ou reflita sobre as cenas que já assistiu, a partir dessas premissas elencadas e tendo em vista que todo ser humano é intrinsecamente egocêntrico; lembre-se também que o único que pode saciar nossa sede por propósito e significado e nos dar uma identidade bem alicerçada é Cristo. Ele já deu o xeque-mate eterno ao morrer em nosso lugar como sacrifício vivo no calvário. Nos gloriemos em seu amor redentivo e em sua graça salvífica!


Por: Dayane Saraiva


 
 
 

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