A Produção Cultural Revela o Criador - The Good Place e as Tentativas de Salvação
- Cru Ceará
- 18 de fev. de 2022
- 4 min de leitura

“Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar o pecado do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” (Hebreus 2:17-18)
Ao longo da caminhada cristã, diversos questionamentos surgem e batem à porta do nosso coração. Talvez, muitos de vocês já tenham pensado em coisas como: “Há um limite para o perdão divino?”, “Há salvação para um(a) pecador(a) como eu?”, “Deus realmente se preocupa com minha situação?”. Pois bem, quando tomamos consciência dos nossos terríveis pecados e da nossa tenebrosa condição, nos deixamos submergir pelo mar de desespero e angústia, pois não encontramos em nós solução alguma que nos dê a garantia de perdão e salvação para desfrutarmos nos séculos vindouros a vida eterna ao lado do nosso Criador.
Nesse sentido, a série americana The Good Place apresenta um enredo bastante interessante, logo no primeiro episódio descobrimos que há dois possíveis lugares para se viver após a morte: o Lugar Bom ou o Lugar Ruim. Como já devem suspeitar, aqueles que tiveram uma vida íntegra na Terra encontrarão um lugar reservado na primeira alternativa; já aqueles que viveram de forma desvirtuada, terão de se contentar com a segunda. Ao longo dos episódios, os personagens principais, que estão no Lugar Ruim devido a suas ações na Terra, descobrem que quem determina o destino final dos homens é um sistema de pontuação que existe desde o início dos tempos, porém esse sistema não leva em consideração apenas as ações praticadas pelos homens, mas também seus reais objetivos e suas consequências. Diante desse contexto, os personagens tentam provar que são dignos de estarem no Bom Lugar, pois podem aprender com a ética filosófica a serem pessoas melhores e, assim, passam a buscar aperfeiçoamento por meio de suas próprias mãos.
Mesmo após tanto esforço e empenho, eles não conseguem obter o resultado esperado, pois não possuem os olhos abertos para a verdade de que “nenhuma carne será justificada diante dEle pelas obras da lei” e que somos “justificados gratuitamente pela graça de Deus, pela redenção que há em Cristo Jesus” - Romanos 3:20 e 24. Além disso, há também falhas no próprio sistema de pontuação, o que os leva a buscarem a ajuda da única que pode socorrê-los, a Juíza, aquela que tem a palavra final entre os dois lugares. Após apresentarem os defeitos presentes no sistema, os personagens tentam explicar sobre a dificuldade de viver como humano em um mundo como o nosso e então surge um dos melhores argumentos presente na série: “[...] não pode julgar os humanos porque não sabe o que nós passamos”, e para ver com seus próprios olhos e sentir na sua própria carne as dificuldades enfrentadas por nós, homens caídos em um mundo também caído, a Juíza decide visitar a Terra e retorna em choque com o todo o caos que presenciou, decidindo, por fim, reiniciar toda a História da Humanidade.
Esse episódio me fez pensar na felicidade que nós, cristãos, devemos nutrir em nossos corações por sabermos que, apesar da nossa condição pecaminosa, temos em Cristo Jesus, nosso Senhor, alguém que conhece nossas lutas, fraquezas e dores, pois Ele mesmo as provou quando esteve em forma de homem, pois como foi dito pelo profeta Isaías, Ele era “homem de dores”. Diferente do argumento utilizado pelo personagem, sabemos que o nosso Salvador não é um deus alheio aos nossos sofrimentos, pois Ele conhece nossa condição, Ele sabe que somos somente sopro e pó, e que carecemos da sua compaixão e misericórdia diariamente. Encontramos nEle tanto amparo para nossas almas cansadas e abatidas quanto perdão, salvação e garantia de uma morada eterna. Somente no Cristo que tira o pecado do mundo podemos descansar, sabendo que não há esforço suficiente que nossas mãos possam fazer para salvar nossas almas da morte eterna, mas que tudo Ele já fez, e que toda obra foi feita por Suas mãos cravadas na cruz naquele lugar chamado Gólgota (Lugar da Caveira).
Em Marcos 10:26-27, após o jovem rico se retirar, os discípulos questionam “Quem poderá, pois, salvar-se?” e Jesus responde “Para os homens é impossível, mas não para Deus, porque para Deus todas as coisas são possíveis.”, o nosso Salvador deixa claro que é inviável que a salvação venha de nossas próprias obras, estas não devem ser praticadas para buscar remissão, mas devem ser realizadas como testemunho de que fomos salvos pelo Bom Mestre, afinal “Porque assim como o corpo sem espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” (Tiago 2:26).
Portanto, irmãos e irmãs, não esqueçam que em Cristo encontramos um fiel mediador, somente nEle encontramos alguém que intervém em nosso favor diante de Deus Pai, porque Ele mesmo conheceu em Sua própria carne as nossas aflições e desventuras. Que não busquemos redenção em nossa própria sabedoria e em nossos inúteis esforços, mas somente naquEle que foi entregue como expiação por nossas culpas. A Ele seja dada toda honra e glória. Amém!
“Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (1 Timóteo 2:5)
Por: Emilly Araújo
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