Nordestão 2022: testemunho

O Nordestão começou para mim de uma forma engraçada. Comecei a ser mais ativa na Cru no começo do semestre 2022.1, fiquei sabendo sobre o Nordestão pelos líderes do campus, que iriam participar, e eles acabaram me convencendo a ir também. Eu não tinha parado para refletir sobre o tema, que foi “Convívio”, e nem sobre o fato de que iria viajar para um evento de quatro dias em uma outra cidade, João Pessoa, onde eu não conhecia praticamente ninguém.

Já comecei o processo experimentando da graça de Deus, que agiu providenciando os recursos necessários para que eu pudesse ir: fiz uma carta de sustento e diversas pessoas contribuíram; consegui rapidamente o valor para custear a inscrição e as passagens.

Chegando lá, depois de acharmos os quartos e irmos nos acomodando, lembro que comecei a pensar “o que eu estou fazendo aqui?”. Achei que iria me sentir deslocada, mas já estava lá, não tinha muito o que fazer.

Nesse mesmo dia, tivemos a primeira plenária, na qual a missionária Soraya falou sobre Mateus 14, mostrando a forma como Deus vê as nossas necessidades e amorosamente vai ao nosso encontro para nos suprir de acordo com a sua perfeita sabedoria, além de como o próprio Cristo cultivava um relacionamento com o Pai e depois com outras pessoas. Foi algo que me impactou bastante.

Depois disso aconteceu algo muito marcante para mim: eu estava sozinha na cantina - o único lugar onde pegava internet - falando com a minha mãe. De repente veio uma menina e perguntou por que eu estava sozinha, se eu estava me sentindo solitária, eu disse que era só porque eu estava conversando no celular, depois ela me abraçou e disse que eu não precisava ficar sozinha. Nesse momento, através dela, eu ouvi palavras de Deus para mim, me dizendo que eu não estaria sozinha em momento algum.

Assim foi: no Nordestão eu conheci pessoas incríveis, fiz amizades, tive ótimas conversas e troquei experiências com pessoas de todo o Nordeste. Foi muito mais do que eu poderia pedir ou pensar!

No segundo dia, participei da oficina sobre Estratégia Catalítica, que me fez expandir muito a dimensão que tinha sobre a Cru e sobre o funcionamento do movimento. Percebi que faço parte de algo muito maior do que eu imaginava e que ainda existe muito a ser feito.

Nas outras plenárias que tivemos, o pastor Thomaz Litz fez uma série de exposições com base em Atos 2:42-47. Primeiramente, trouxe a ideia de que é preciso comunhão e relacionamento com o Senhor, para que isso se reflita em nossas relações humanas, depois apresentou como o ensino prático de quem Deus é nos leva à comunhão com os irmãos e, por fim, falou sobre como Cristo deve ter a centralidade em nossa vida em todos os aspectos e a forma como isso impacta diretamente o convívio com o outro. Essas palavras me trouxeram muitas reflexões importantes que me fizeram amar ainda mais a proposta da Cru, afinal, somos uma comunidade acolhedora.

Observei também o cuidado do Senhor através do PG: foram formados pequenos grupos de três pessoas. A convivência com as duas meninas do meu grupo foi algo muito especial, conversas com troca de experiências, vivências, reflexões e muito mais.

Chegando no ápice, no último dia, sentamos juntas na plenária e depois tivemos um momento para compartilhar nossas experiências, no qual deveríamos também assinar um compromisso e ser testemunhas umas das outras. Nos comprometemos a prosseguir firmes no caminho do Senhor, edificar a igreja e os irmãos, confiar em Deus, indo para onde Ele quiser, e investir tempo, energia, recursos e habilidades para ajudar a levar o amor de Cristo.

“Não na minha própria força e orgulho, mas em humildade faço essa promessa. Não como promessa de nunca falhar, mas como um compromisso de manter meus olhos em Jesus, autor e consumador da fé. Eu faço este compromisso de fé.”

Por: Sarah Luzia de Carvalho Brandão